terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Uma polêmica em relação ao exame.

A seguir veja uma síntese que retrata bem o que houve ao passar do tempo com a avaliação pedagógica, onde com o passar dos anos perdeu sua essência, principalmente com a inserção do modelo capitalista, assim pratica-se o exame em sala de aula e não mais uma avaliação diagnóstica.


O texto é claro e obvio quanto a problemática abordada, que é o que podemos chamar hoje de avaliação, mas que já possuiu outros nomes como exames, testes e provas. O enfoque maior é a busca por entender qual o problema do tão conhecido exame e o que este pode acarretar ou não em uma sala de aula como forma de padronização da educação, e este é um tema que está em bastante foco nos dias atuais e que passa por vários debates em várias instituições, como forma de buscar a melhor maneira de “avaliar” ou tentar mudar essa avaliação para que ela seja o mais próximo possível da realidade nas escolas.

Pode-se observar a partir da leitura do texto referido que na verdade o exame passou por um processo que basicamente retrocedeu a realidade, foi citado que antigamente o exame não era feito para medir inteligência dos alunos, eles faziam se quisessem para demonstrar que sabiam, ou seja, basicamente eles estudavam e aprendiam por motivação própria e não necessariamente por ter uma obrigação, por saber que se eles não estudassem poderiam ser “punidos”, então vê-se que foi posto este argumento de exame com o passar do tempo e pode-se inferir que na verdade este método ou esta concepção na verdade acabaria excluindo várias pessoas, e causando na verdade um pouco de preconceito para com a pessoa em si ou o aluno.
Questiona-se como seria esse tipo de preconceito, e está claramente mostrado que a diferenciação por notas acabaria por distanciar ou qualificar alunos entre melhores e piores, e basicamente isto influência de maneira direta e também indireta tanto na sua vida escolar, como em sua vida pessoal. A partir da criação dos testes de inteligência é que estas situações só foram agravadas, com a diferenciação clara das pessoas com base em questões, gerando um dado alarmante onde várias questões sem ser apenas o técnico da prova influenciaria no resultado da mesma, como a classe social por exemplo, seria até mesmo uma crueldade querer comparar alunos que possuíam um patamar financeiro alto, o qual poderia ter um melhor acesso à educação do que aqueles estudantes que vinham de famílias pobres e acabavam sendo excluídos não apenas da instituição escolar, mas como de um todo da sociedade.
Logo pode-se identificar também algumas inversões que este termo “exame” causou de uma maneira geral na sociedade, e é interessante falar sobre estas questões pois as mesmas são pouco difundidas e também passam despercebidas por um mundo capitalista que só interessa-se por qualificação por notas, então as inversões citadas são: primeiramente os problemas sociais em problemas técnicos, como já comentado acima o uso da avaliação de uma maneira errada acaba punindo o aluno por este não ter feito uma boa prova porém existem fatores que podem ter levado ao aluno não conseguir atingir aquele objetivo, logo troca-se estas características e esquece-se que aquele ser é comum e que portanto também está suscetível a problemas externos e que não são apenas técnicos.
Outra inversão notada é a tão famoso problema metodológico com o problema de rendimento, este é um ponto de vasta discussão, onde não se sabe bem onde a dificuldade está inserida, se nos alunos ou se está nos professores. Este é um tema recorrente onde pode-se observar que os docentes estão vencendo a “guerra”, muitos com as suas metodologias atrasadas e desatualizadas acabam por interferir diretamente no ensino e aprendizagem dos seus alunos, porém estes acabam por colocar a culpa nos discentes pois é mais fácil, o professor é estudado e ele sabe o que faz, e infelizmente ainda é possível conhecer mestres deste tipo. A última inversão é a utilização do exame como forma de controle, utilizando ele como um certo poder, tentando conseguir com que a turma tenha obediência e respeito através da manipulação das provas, provocando um pouco de medo aos alunos.
Podemos concluir que a avaliação em si ao longo dos anos veio a perder sua essência, a qual era dada como uma forma de complementação do ensino, buscando ajudar o aluno, sendo uma ferramenta a mais para que ele pudesse atingir o maior objetivo que é o conhecimento, hoje em dia os testes são usados como forma de quantificação, com intuito de classificar os alunos por nota, e isso obviamente dificulta sim aprendizagem, onde pode-se perceber que nas escolas atuais os alunos estudam apenas para tirar uma boa nota no teste, e os próprios professores acabam incentivando isto, além de que estes testes podem ser fraudados, com os estudantes tentando colar dos outros ou buscando meios de burlar o sistema e assim conseguir melhores notas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BARRIGA, Angel Diaz. Uma polêmica em relação ao exame. In: ESTEBAN, Maria Teresa (org.). Avaliação: uma prática em busca de novos sentidos. 5.ed. Rio de Janeiro: DP&A, 2003, p.51-82.

Nenhum comentário:

Postar um comentário