Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame

A tão falada pedagogia do exame, aqui destacamos o uso excessivo de provas para a notação do aluno, quais as consequências desse modelo que visa apenas classificar os estudantes, e qual a visão dos alunos em relação a isso, infelizmente os mais prejudicados são os próprios estudantes que na maioria das vezes passam em suas disciplinas sem obter o conhecimento devido. Leia mais sobre este tema a seguir com a síntese do texto: Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos  sobre a pedagogia do exame.



No nosso cotidiano estamos acostumados em como as coisas acontecem tanto nas escolas quanto na sociedade que infelizmente praticamente em todas as vertentes do mundo atual somos taxados por pontuações, esse período também é chamado de pedagogia do exame, no âmbito escolar as coisas só pioram pois a avaliação da aprendizagem que deveria ser utilizada como um método a mais para que o aluno possa aprender, porém vem sendo usado de formas totalmente diferentes, então o texto nos dará alguns modos e afirmações que esse tipo de abordagem vem trazendo ao ambiente escolar.

A princípio existe uma grande variedade de interessados na prova, são eles os alunos, os pais, a escola, o professor, a própria sociedade, todos estes indivíduos possuem uma parcela de contribuição para que o ensino e aprendizagem esteja do modo que está atualmente. Pra termos uma pequena ideia para se entrar em uma universidade federal precisamos passar por um teste, aqueles que obtiverem uma maior notas estão aptos, já os que tiveram um baixo rendimento devem tentar uma outra vez, qual o problema deste modelo, para que isso fosse realmente válido a escolaridade dos alunos deveriam ser iguais, o que no momento não é a realidade, vemos os alunos que podem pagar uma escolar particular tirarem uma boa nota e aqueles que estudam no ensino público geralmente possuindo notas menores, e é exatamente este um dos maiores problemas da sociedade atual, se queremos qualificar por notas então deve-se ofertar escolaridade igualitária para todos.

Então indo mais afundo no aluno podemos perceber  que quando eles adentram na escola tem sua preocupação voltada para como será desenvolvida a disciplina do professor, como ela irá pontuar durante o semestre, ou seja, o foco do aluno não está direcionado para o conhecimento e sim para a nota, eles não estão ali para simplesmente aprender mas para serem quantificados a partir de uma notação numérica, o maior problema disto é que nem sempre a nota é realmente a avaliação da aprendizagem do aluno, pois como visto em outros textos pode-se afirmar que deve-se levar em consideração vários fatores extras, até mesmo aqueles que “colam” para tirar boa pontuação e assim fraudam seu desempenho de avaliação.

Para os professores a prova ou exame torna-se uma questão de poder, muitos deles usam o teste como forma de ameaça, dizendo que “a prova vai ser difícil”, ou “se preparem para o teste”, e infelizmente usam deste artifício para amedrontar os estudantes, e buscando uma forma de controlar a sala usando a questão da pontuação, como por exemplo aqueles que tiram pontos por eles conversarem, ou por bagunça, então basicamente os mestres estão utilizando a nota como uma forma de domínio da sala de aula, fazendo dela um estímulo negativo que é a punição, ou estímulo positivo, que é quando os professores atribuem notas por bom comportamento, ou por estar com todo material, porém ambas tem seus problemas, a negativa força o aluno a fazer algo apenas para não perder pontos, e a positiva quando usado de forma incorreta pontua o aluno sem que este tenha aprendido a matéria, como por exemplo, notar o aluno apenas porque este levou o caderno.

Os pais são os que poderiam mudar um pouco as coisas, porém complicam ainda mais do que já é, castigando os filhos por irem mal na escola ou então dando-lhes prêmios pelas notas, quando são chamados pra receberem o boletim numa reunião de pais e mestres quando recebem a notícia que seus filhos obtiveram notas vermelhas acabam o punindo sem nem buscar saber os motivos pra isso ter acontecido, e aqueles que os filhos tiveram uma boa notação acabam nem se importando com a figura do professor lá, então isto acaba favorecendo este conceito de que apenas a pontuação importa para os alunos. Até mesmo o próprio estabelecimento de ensino e o sistema social prezam pela notificação buscando ver estatísticas e gráficos e que dependendo da informação que estes dão tudo fica normal se compatível com as expectativas esperadas, e do mesmo jeito para os sistema social e ensino, o qual tem o poder de verificar a situação das escolas, e quando estas saem da normalidade acabam sendo autuadas para que voltem para o tradicional.

 O texto é concluindo demonstrando quais são as consequências da pedagogia do exame para o âmbito educacional, pedagogicamente a centralização do exame não favorece a aprendizagem, pois os alunos acabam por colocar o teste em primeiro lugar e deixam o aprendizado, a busca pelo conhecimento em segundo plano, e acabam por aprender decorando os assuntos apenas para obter uma boa nota. Psicologicamente a consequência é a criação de indivíduos submissos, que produz uma autocensura e acaba por ser uma forma de “controlar” a sociedade, fazendo com que elas se limitem e aceitem a decisão dada por outras pessoas e meios. Sociologicamente se dá pela viabilidade de proporcionar a seletividade social, infelizmente hoje a maioria das nossas atitudes são taxadas e numeradas, e para a organização social isso é importante, pois facilita a divisão de classes sociais. Então basicamente se faz necessário a notação nos dias atuais, porém que seja revisada, de uma forma que possa ser igualitária para todos os níveis sociais, com âmbito escolar a avaliação deveria ser um pouco mudada, contudo a notação numérica continuaria mas com uma parcela maior dada a aprendizagem, sem a utilização da prova como meio de tortura e amedrontamento para os estudantes.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: apontamentos sobre a pedagogia do exame. In: LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. Ed. São Paulo: Cortez, 2011, p.35-44.